Souvenirs
Hoje revisitei o passado e senti-me seu refém.Vivi amores e desamores. intrépidas e magníficas aventuras que me alimentam o coração e os sentidos no deambular da vida presente. Procuro, na tua ausência, as tuas mãos, os teus braços a tua nudez imaculada. Mas só encontro despojos. Restam sonhos, restam beijos desumanos e, portanto, belos.
Procuro, na tua ausência, cartas de amor perfumadas entregues ao fundo do meu baú de memórias. Retenho, sem ler, uma tão simples e profunda: "Où sont tes souvenirs?" Perguntei ... "Mes souvenirs restent intactes" , escreveu ela... muitos anos depois.
As aventuras curtas, quais intensas e belas luas de mel, foram prendas que talvez não merecesse. Mas nós somos aquilo que fazemos e pensamos. Não há arrependimento. Tudo o que fiz foi amor. E o modo como o fiz é o modo de o dizer. Algures no tempo e no espaço que já não é o meu reservo uma prenda para te oferecer quando do próximo encontro. Pode até ser uma flor ou um beijo que ainda guardo em mim. Porque sei que me amas ainda, lá onde estiveres. Porque entretanto nos fizemos, um com o outro, homem e mulher e nunca nos separámos verdadeiramente. Porque depois do amor nos rencontrávamo-nos nas manhãs que achavas os momentos mais belos da nossa relação. E eu, em êxtase, te devolvia mil beijos de ternura, em maravilhosas dávidas da paixão.
Ah, os souvenirs, as lembranças resgatadas ao passado que ainda me fazem ser jovem encantado, outra vez, de vez. Para sempre!