A comissão foi a banhos
Não sei se estão lembrados, mas na última reunião havida entre a plataforma de sindicatos e o governo, terá sido combinado ( palavra sugestiva – combinado! ) que se formaria uma comissão técnica sindicatos/governo para estudar e avaliar o real impacto orçamental do descongelamento das carreiras dos professores e respectivo reposicionamento nos escalões a que têm direito.
A citada comissão foi um embuste. Uma promessa para inglês ver. Ao que sabemos, a irrelevante decisão da reunião de 11 de Julho que criou a comissão convinha ao governo permitindo-lhe sancionar a paragem das greves às avaliações e, de uma assentada, cortar a cabeça já meio decapitada às direcções do movimento sindical. A cessação do movimento também calhou bem aos sindicatos cansados do cansaço dos professores. Tratava-se de uma trégua imposta pelo mais forte.
A reunião de "trabalho" havida em finais de Julho - que em Agosto é para ir a banhos - não deu em nada. O governo insiste no valor ao qual já tinha chegado sem cálculo credível: 600 milhões, e os sindicatos apontam para valores muito mais baixos.
Agora, o que separa os professores do governo/patrão já não é uma questão de princípio, é uma questão de contas. De dinheiro. Tal como CostaCenteno gosta de tratar os problemas quando pessoas estão em causa.
Sendo assim, o impasse continua. E como a vontade de lutar das cúpulas sindicais já é pouca, como pouca é a confiança que os professores depositam nelas, a solução é entregar o conflito à gestão política. Faça-se o que pode ser feito para que o BE e o PCP não aprovem o próximo Orçamento.