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10
Dez19

Os novos professores

publicado por júlio farinha

   Há quem pense que os futuros professores nada têm a aprender com os mais velhos. Não concordo. A formação contínua e a formação ao longo da vida têm um valor inestimável para os futuros professores.

   A presidente do Conselho Nacional da Educação observou: o sistema de recrutamento dos novos professores que se baseia numa lista graduada "é transparente, mas não tem em conta a formação contínua, a qualidade e diversidade da experiência dos candidatos" e, note-se, "nem responde às necessidades das escolas com projectos singulares".

   O actual regime de selecção dos candidatos baseia-se, sobretudo, no caso dos professores "provisórios" na nota final de curso e nos anos de serviço já acumulados. Ora, o primeiro lapso consiste aqui em contabilizar tempo de serviço para aqueles que ainda o não têm. Os candidatos não deveriam ter, obviamente, qualquer ano de serviço! Ou estará a senhora a falar de progressão na profissão daqueles que já lá estão? Ou o jornalista do Público fez confusão?

   Vamos pensar que os candidatos se candidatam pela primeira vez ao ensino. Segundo a directora do CNE é preciso haver formação contínua. Certo. Mas ela já existe para aqueles que estão no sistema. E esbarramos de novo com a contradição já apontada.

   O flagrante "delito de opinião" está contido no seguinte articulado proferido pela responsável do CNE: é muito importante, senão obrigatório, que o perfil dos candidatos responda aos projectos das escolas ou agrupamentos. Ou seja, os novos têm que se subordinar a um projecto pré-feito da autoria dos velhos professores que estão no sistema, quando a maior parte deles já há muito que deviam estar em casa a descansar da escola "inclusiva"  ou, para aqueles que o quisessem, a laborar no exercício de tutorias sobre os mais novos.

   A opinião da responsável do CNE não suspeita no que daria esta submissão dos candidatos a professores aos projectos de escola, normalmente rascunhos mal amanhados, feitos por aventureiros e não exequíveis. Já para não falar daquilo que viria por arrasto - a liberdade tirânica de qualquer director de escola que escolheria a dedo quem merce ou não ser professor. 

   

   

   

 

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